Aspectos que influenciam a amamentação entre mulheres trabalhadoras: revisão bibliográfica
Abstract
A continuidade do aleitamento materno após o retorno ao trabalho da nutriz, tem sido amplamente abordada pela literatura científica, com a preocupação da interrupção da amamentação exclusiva até os 6 meses de idade da criança. Há evidências dos benefícios na saúde da criança a curto e longo prazo, quando se atinge a meta estabelecida. Os benefícios do aleitamento materno são insubstituíveis, ele propicia o vínculo entre a mãe e o recém-nascido, ajuda evitar infecções respiratórias, alergias, entre tantos outros. Para que essa prática não seja interrompida, é preciso de uma rede de apoio a esse binômio, como dos familiares, empregadores, colegas de trabalho e de políticas públicas que protejam essa mulher durante o período de amamentação. O papel dos enfermeiros nesse processo, com as orientações e acolhimento, suprindo as informações técnicas, respeitando o entendimento da mãe quanto ao grau de escolaridade, crença, socioeconômico, é fundamental. O presente estudo, tem o objetivo de verificar as evidências científicas envolvendo os aspectos que influenciam a amamentação entre mulheres trabalhadoras. Logo, é possível identificar os fatores que influenciam o desmame precoce dos lactentes com o retorno da mãe ao trabalho, uma vez que se torna viável fornecer subsídios para o desenvolvimento de estratégias para promoção, proteção, apoio do aleitamento materno e políticas públicas mais efetivas. Trata-se de uma revisão bibliográfica, que usou os descritores “mulheres trabalhadoras and aleitamento materno”, “aleitamento materno and retorno ao trabalho” e “legislação and amamentação”, utilizando estudos publicados na íntegra, disponíveis online, na língua portuguesa, nos últimos dez anos. Com base nos critérios de inclusão, após seleção dos estudos pertinentes, chegou-se a um total de 19 artigos. Após leitura e análise, foram encontrados os fatores que influenciam positiva e negativamente na amamentação entre as mulheres que retornam ao trabalho e a importância do enfermeiro neste contexto. A literatura aponta que os aspectos socioeconômicos, o apoio familiar, dos empregadores, dos colegas de trabalho e as políticas públicas, podem ser positivos para a continuidade da amamentação após o retorno ao trabalho da nutriz. No entanto, dificuldades relacionadas à saúde mental, como a depressão e a ansiedade, a dupla jornada de trabalho devido trabalho externo e afazeres domésticos, a falta de salas de apoio nas empresas para amamentação ou ordenha, influenciam de forma negativa a continuidade da amamentação após o retorno ao trabalho. Neste contexto, o enfermeiro é profissional relevante, pois deve acolher o binômio, orientar a importância do leite materno exclusivo até os 6 meses de idade, acompanhar o desenvolvimento da criança, informar essa mãe os direitos trabalhistas em relação ao período de amamentação. O estudo permitiu conhecer os fatores que influenciam positivo e negativamente na amamentação de mulheres que retornam ao trabalho, e que é fundamental, que os profissionais de saúde reúnam competências e habilidades para a assistência qualificada, buscando ter atitudes que motivam a continuidade da amamentação quando essa mãe retorna ao trabalho, em seguida, trabalhar para reduzir tais fatores.
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