Por que a história importa para a democracia
Resumen
Neste comentário crítico, John Keane defende, estende e reavalia o papel da história na teoria democrática por meio da articulação de sete regras metodológicas: (1) tratar a rememoração de coisas passadas como vital para o presente e o futuro da democracia; (2) encarar linguagens, personagens, eventos, instituições e efeitos da democracia como um modo de vida e de manuseio do poder profundamente históricos; (3) dedicar atenção aos modos pelos quais a narração do passado por historiadores, líderes e outros indivíduos é inevitavelmente um ato histórico e temporalmente circunscrito; (4) observar que os métodos mais adequados para a escrita sobre o passado, o presente e o futuro da democracia chamam atenção para a peculiaridade de suas próprias regras de interpretação; (5) reconhecer que, até muito recentemente, a maioria dos detalhes da história da democracia foi registrada por seus críticos; (6) notar que o tom negativo da maioria das histórias anteriores da democracia confirma a regra de que as histórias de seu passado, contadas por historiadores, costumam abarcar preconceitos dos poderosos; e (7) admitir que o papel da reflexão sobre o passado, o presente e o futuro da democracia é, por definição, uma jornada sem fim. Não pode haver uma teoria geral da democracia.
Tradução: Felipe Ziotti Narita. Versão revista e autorizada pelo autor.
Os autores cedem os direitos autorais dos artigos, resenhas e entrevistas publicados para a revista Transições, conforme a política editorial do periódico. Solicitamos que os pedidos de autorização para reprodução de textos em outras publicações sejam encaminhados formalmente ao comitê editorial por e-mail.