A voz como mecanismo de poder na sociedade contemporânea: dimensões simbólicas, políticas e tecnológicas
Resumen
O artigo analisa o papel da voz na construção e manutenção das relações de poder nos âmbitos social, político e midiático. Partindo de teóricos como Michel Foucault, Pierre Bourdieu e Norman Fairclough, o estudo explora como a vocalidade não é apenas um meio de comunicação, mas um capital simbólico que reforça hierarquias sociais. Na política, a voz é um instrumento essencial para a construção da autoridade e da persuasão, sendo utilizada estrategicamente por líderes como Barack Obama e Angela Merkel. No contexto midiático, jornalistas e publicitários modulam suas vozes para transmitir credibilidade, enquanto estruturas de poder silenciam grupos marginalizados, como mulheres, negros e indígenas. Com o avanço tecnológico, a voz tornou-se um vetor de vigilância e manipulação. Assistentes virtuais e deepfakes vocais levantam questões éticas e políticas, uma vez que permitem a falsificação de discursos e a extração de dados pessoais. O artigo também discute como algoritmos perpetuam padrões vocais eurocentrados, marginalizando sotaques e expressões periféricas. Apesar dessas dinâmicas de controle, a voz também se manifesta como ferramenta de resistência. Movimentos sociais e coletivos independentes utilizam plataformas digitais para amplificar vozes historicamente silenciadas, desafiando narrativas hegemônicas. Por fim, o estudo destaca a necessidade de uma abordagem crítica sobre a vocalidade, considerando suas implicações políticas, tecnológicas e sociais, e apontando para novos desafios éticos e regulatórios na era digital.
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10.56344/2675-4398