A seletividade social e o racismo estrutural sob o aspecto da necropolítica no Brasil
Resumo
Os avanços nos estudos da genética e com a contribuição da antropologia, o conceito de raça entre os seres humanos tornou-se inválido, estando atualmente em desuso nas ciências sociais. No entanto, esse conceito ainda é utilizado, de forma equivocada, pelo senso comum de certa categoria social, para manter seu falso status de dominação, em franco retrocesso social, com a hierarquização histórica entre os brasileiros. A hierarquização, sob aspectos sociais, econômicos, políticos e jurídicos, se estrutura pelo não reconhecimento das identidades e da cidadania de determinados grupos sociais, e as suas causas e efeitos se formalizam, na atualidade, pela prática do racismo, constituído sob novas formas de dominação em modos distintos do exercício do poder, dirigido em maior frequência às pessoas negras, tendo seu endosso pela parametrização de condicionantes relacionados à pobreza, à precariedade da saúde, ao baixo nível de escolaridade, ao desemprego ou subemprego, criminalidade etc. Os efeitos do racismo estrutural são perceptíveis no exercício da necropolítica, que resulta em profunda manutenção da desigualdade social, engendrada e empreendida na divisão de raças, na manutenção do ciclo de perpetuação simbólica, material e secular voltada à segregação racial e social no Brasil.
Os autores cedem os direitos autorais dos artigos, resenhas e entrevistas publicados para a revista Transições, conforme a política editorial do periódico. Solicitamos que os pedidos de autorização para reprodução de textos em outras publicações sejam encaminhados formalmente ao comitê editorial por e-mail.