Observações sobre o impacto da abordagem legal-alarmista do uso de substâncias e da toxicodependência: (des)caminhos da austeridade

Palavras-chave: Toxicomania, Guerra às drogas, Alarmismo, Punitivismo, Redução de danos

Resumo

O artigo desenvolve um percurso histórico-reflexivo sobre a fabricação do problema da drogadição no mundo, sobretudo a partir do século XIX, para compreender a conjuntura jurídica e social do Brasil atual no enfrentamento da referida questão. Aponta-se que o discurso conservador do alarmismo sobre o uso de substâncias tem pautado, direta ou indiretamente, as políticas públicas a seu respeito; essa mesma ideologia apresenta-se como mantenedor de um tratamento sancionador da droga e de seu usuário, orientado pela raça e pelo binômio proibição-punição, que busca empreender um apagamento das dimensões cultural e clínica da adicção. Considera-se que políticas sob esse sentido não têm sido plenamente efetivas na mitigação dos efeitos nocivos da drogadição nem da violência que lhe é associada; de outro lado, intervenções baseadas na perspectiva da redução de danos mostram-se recursos contra-hegemônicos para se manejar esse complexo fenômeno com cuidado e respeito aos direitos humanos.

Biografia do Autor

Fábio Luiz Nunes, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

Mestrando em estudos linguísticos pela Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em retórica e análise do discurso em publicidade e propaganda pela Universidade de Araraquara e em direito administrativo pela Faculdade de Ciência e Tecnologia da Região Missioneira, e psicólogo pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. É profissional técnico-administrativo do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). ID ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0784-1921. E-mail: fabio.nunes.fln@cefetmg.br.

Publicado
2023-07-24
Como Citar
NunesF. L. Observações sobre o impacto da abordagem legal-alarmista do uso de substâncias e da toxicodependência: (des)caminhos da austeridade. Transições, v. 4, n. 1, p. 50-64, 24 jul. 2023.
Seção
Artigos